Chega de Prozac – coma iogurte
Nosso intestino tem uma rede de 100 milhões de neurônios. Ao cuidar bem dele, podemos curar males como ansiedade e depressão

A grande aposta na área atualmente são os chamados probióticos, micro-organismos que inibem a proliferação de bactérias intestinais nocivas. Eles estão presentes em alguns leites fermentados e iogurtes — em geral, com indicação no rótulo — e também são vendidos como suplementos alimentares em farmácias e lojas. Sua ingestão estimularia no cérebro a produção de neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar. Pesquisas vêm mostrando, ainda em cobaias, que esses bichinhos em nosso aparelho digestivo poderiam ajudar a dar fim a problemas que vão de ansiedade à depressão. Conheça ao lado alguns dos principais estudos de acordo com o sintoma.
ACABA COM OS SINTOMAS
Confira pesquisas científicas que mostram que comer probióticos pode melhorar a mente — além da pele
IRRITABILIDADE > Pesquisadores do Departamento de Psicologia da Universidade da Virgínia, EUA, demonstraram que as bactérias causadoras de infecções gastrointestinais fazem com que o nervo vago (que conecta o intestino ao cérebro) transmita sinais que ativam as regiões cerebrais que processam sensações como medo e ansiedade. Ao inibir a proliferação dessas bactérias, os probióticos ajudariam a regular o humor.
DEPRESSÃO > Ratos tratados com o probiótico Bifidobacterium infantis tiveram os níveis de triptofano, um precursor da serotonina, elevados em duas áreas cerebrais associadas com o humor e as emoções. Os resultados são de um estudo da Universidade College Cork, na Irlanda. A conclusão é de que esse tipo de probiótico pode ter propriedades antidepressivas.
ANSIEDADE > Em um estudo feito por pesquisadores da Universidade de McMaster, no Canadá, cobaias infectadas de propósito com o parasita Trichuris muris desenvolveram, além de inflamação no intestino, sintomas de ansiedade. Ao serem tratadas com o probiótico B. longum, os sintomas foram revertidos.
PROBLEMAS DERMATOLÓGICOS > Lactobacilos vivos melhoraram inflamações de pele e perda de pelo em ratos estressados. O resultado é de um estudo feito no Hospital Universitário Charité, de Berlim, e levaram os pesquisadores a crer que a ingestão do probiótico Lactobacillus reuteri ajudaria a melhorar problemas dermatológicos decorrentes do estresse.
por Vanessa Vieira