Psicanálise pode ajudar a encontrar a felicidade
Desejos não alcançados prejudicam nossa busca pela felicidade
Buscar a felicidade ou ser feliz? Parece a mesma coisa, mas são atitudes bem distintas. O ser humano tem uma tendência a valorizar aquilo que não tem. É assim com a saúde, quando estamos doentes; com o emprego, quando estamos desempregados; com um relacionamento, quando estamos sozinhos; ou mesmo com a riqueza, quando não somos tão afortunados. Mas o mais interessante de tudo isso, é que, quando temos aquilo que buscamos, acabamos não valorizando. É mais ou menos como um atleta, que quando atinge um objetivo, já tem um outro mais desafiante a ser conquistado.
Todos nós temos que ter um objetivo, um sonho, mas não podemos nos esquecer de valorizar e curtir aquilo que temos ou conquistamos. E é aí que entra a psicanálise. Vivermos sempre buscando algo sem termos a satisfação da conquista, nos torna frustrados. Tão importante como buscar ou sonhar, é curtir a realização daquilo que tanto imaginávamos conseguir.
Quando buscamos a psicanálise como mediadora para esses conflitos, passamos a entender que a nossa imaginação voa e que precisamos sempre controlá-la para que não deixemos de viver o momento presente, por estarmos imaginando um futuro melhor. Percebemos que os dois são importantes e não que um é mais importante que o outro. Segundo Freud, somos um poço de desejos, alguns realizáveis e outros não.
Para aqueles que não conseguimos realizar, existem dois caminhos: nos frustrarmos ou então os sublimarmos, ou seja, substituirmos aquele não realizável por um que esteja ao nosso alcance, podendo assim sempre estarmos sentindo o prazer da conquista e da realização de um objetivo, não esquecendo nunca de vivenciá-lo de forma intensa. Isto é ser feliz, é realizar, é conquistar. Precisamos deste combustível para viver bem e para isso é imprescindível nos conhecermos, sabermos exatamente o que queremos e o que não queremos para nós, e isso só conseguimos nos "terapeutizando".
A psicanálise é a ferramenta para nos conhecermos a fundo, tirarmos os rótulos que fomos adquirindo ao longo da vida e sabermos quem somos na essência, nos aceitarmos com nossas qualidades e defeitos, buscarmos a melhora e o aprimoramento, mas não esquecendo nunca de ser feliz.
Fonte: Paulo Giraldes